(Publicado originalmente pela BBC em 18/04/2017)
O Presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva revisando um dos programas de visto temporário usado por trabalhadores estrangeiros. O visto atingido é o H-1B. Ele assinou o decreto Buy America, Hire America (Compre América, Contrate América) em uma visita a uma fábrica de ferramentas no estado dos EUA de Wisconsin.
A ordem determina às agências do governo que imponham regras para excluir contratados estrangeiros de licitações para projetos governamentais.
Trump envolverá os departamentos de Estado, Justiça, Segurança Interna e Trabalho. Serão proposta reformas ao atual regime, o qual permite aos empregadores americanos trazer trabalhadores estrangeiros para preencher empregos nos EUA.
“Com esta ação estamos enviando um poderoso sinal para o mundo de que iremos defender nossos trabalhadores, proteger nossos empregos e, finalmente, colocar a América em primeiro lugar”, disse ele na sede da Snap-On Inc em Kenosha, Wisconsin.
Um oficial do governo Trump argumentou na segunda-feira que nem todos os vistos H-1B são concedidos a trabalhadores altamente qualificados. Muitos trazem empregados menos qualificados que ganham salários mais baixos do que aqueles que pretendem substituir. O objetivo da administração consiste em garantir que esses vistos sejam concedidos ao candidato mais qualificado ou com maior salário.
O que é o visto americano H-1B?
É um visto que permite a estrangeiros altamente qualificados – a maioria na área de tecnologia – trabalharem nos EUA. Há um limite anual de 65.000 vistos por ano para candidatos com bacharelado (ensino superior completo) e uma cota adicional de 20.000 vistos para candidatos que finalizaram um mestrado numa universidade americana.
Esse visto permite que as empresas americanas contratem estrangeiros por até 6 (seis) anos em posições para as quais elas não conseguiram contratar um cidadão americano.
Empresas de tecnologia afirmam que o programa é usado para recrutar talentos. No entanto, alguns dos vistos H-1B também são usados por empresas de terceirização. Os críticos dizem que esses empregados americanos são menosprezados e ocupam postos de tecnologia de informação de nível inferior. Os cidadãos indianos são o maior grupo de destinatários dos vistos H-1B emitidos todos os anos.
Em 2016, mais de 15% dos funcionários do Facebook usaram um visto de trabalho temporário, de acordo com a Reuters. Também em 2016, a Disney foi acusada de aproveitar o esquema de vistos H-1B para demitir trabalhadores tecnológicos americanos.